Quando desenvolvemos um aplicativo precisamos pensar nas necessidades de usuários diversos. É claro que, geralmente, focamos nos principais perfis de pessoas que irão utilizar nossas aplicações. Mas saiba que um mesmo perfil pode incluir pessoas com necessidades de manuseio diferentes, viu? Por isso, pensar na acessibilidade em aplicativos mobile é essencial.
E esse papel não é só de UX não, tá? Pessoas desenvolvedoras, QAs e toda a squad devem estar de olho na acessibilidade. Para mergulharmos nesse tema e descobrimos melhores práticas, trouxemos o Igor Escodro, Head de Mobile aqui no Venturus, para conversar com a gente!
Olhar para a acessibilidade em aplicativos mobile tem algum impacto no desenvolvimento?
Geralmente, quando falamos sobre acessibilidade, um dos primeiros tópicos que nos vem à cabeça é a usabilidade para pessoas com deficiência. E esse é um dos grandes impactos da acessibilidade em aplicativos mobile, tá?
Segundo a ONU, 1 bilhão de pessoas (ou seja, uma a cada sete) possuem algum tipo de deficiência. Olhando apenas aqui para o Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indica que cerca de 24% da população é formada por pessoas com deficiência (cerca de 46 milhões de brasileiros).
Segundo Igor, quando falamos da utilização de dispositivos móveis, temos quatro grupos principais de acessibilidade que podemos focar: auditiva, motora, cognitiva e visual. “Na minha opinião, umas das melhores definições de acessibilidade é que ela é o design feito para incluir todo mundo. Quando pensamos em soluções acessíveis, estamos criando soluções que tenham todas as pessoas como foco, incluindo pessoas com deficiência ou que precisam de algum auxílio para utilizar o aplicativo.”
Acessibilidade para quem?
Diferentemente do que pode parecer, a acessibilidade em aplicativos mobile não é só para pessoas com deficiência, viu? “Todos nós vamos precisar de algum recurso de acessibilidade em algum momento da vida. Com o tempo, nossa visão, controle motor e audição vão sendo impactados. As pessoas idosas também se encaixam no grupo de pessoas que são beneficiadas por aplicativos mais acessíveis”.
Além disso, Igor também explica que existe a acessibilidade temporária, que acontece quando uma pessoa precisa utilizar um recurso de acessibilidade apenas por algum momento. O nosso Head de Mobile traz alguns exemplos:
- quando estamos com sacolas de compras ou nos segurando no metrô, e precisamos utilizar o dispositivo apenas com uma mão;
- em locais com muito ruído externo em que não é possível receber algum feedback sonoro;
- em ambientes com luz do sol em que a visualização de textos na tela do celular fica mais difícil;
- em situações em que estamos nos recuperando de uma anestesia ou de um choque após um acidente, nosso raciocínio lógico fica abalado e talvez seja difícil navegar até o aplicativo do telefone para pedir ajuda.
“Nesses exemplos, abordamos os quatro principais grupos de acessibilidade não focando somente em pessoas com algum tipo de deficiência.” Interessante, né?
Quais os problemas comuns de acessibilidade em um app?
Você sabia que um dos principais empecilhos causados pela falta de acessibilidade em aplicativos é a ausência de cuidado com o comportamento das aplicações em cada sistema?
Por exemplo, Android e iOS são plataformas com recursos de usabilidade totalmente diferentes. Apesar disso, muitas vezes, um projeto acaba focando em apenas uma delas, o que prejudica quem usa o app na outra.
Outros exemplos de erros recorrentes na acessibilidade em aplicativos mobile são: a falta de etiqueta em botões de controle, fontes ou pontos de toque muito pequenos e o baixo contraste. E, se pensarmos bem, todas essas falhas têm uma fonte em comum: a falta de pesquisas com usuários reais e diversos.
Como validar a acessibilidade em aplicativos mobile?
Todo o processo de inclusão de acessibilidade deve ser contínuo no ciclo de desenvolvimento da aplicação. Igor nos conta que, quando pensamos em maneiras de acessibilidade, temos quatro maneiras de validar a nossa aplicação:
- teste com ferramentas, o qual é feito com ferramentas de acessibilidade específicas durante o desenvolvimento de cada funcionalidade;
- testes automatizados, que são testes automáticos que garantem a integridade do que já foi desenvolvido e certifica que as novas funcionalidades também estão corretamente adaptadas;
- teste manual, que é o tipo de teste em que em que pessoas desenvolvedoras e testers se colocam no papel de quem precisa de acessibilidade e tentam replicar os principais cenários de usos para garantir que tudo que foi desenvolvido realmente ajuda na utilização do aplicativo;
- testes com usuários, que contam com a solicitação de feedbacks de pessoas que necessitam de acessibilidade para uma validação mais precisa das funcionalidades. Aqui também é possível contratar consultorias especializadas nesse tipo de análise.
Assim como Igor, você considera que garantir a acessibilidade em aplicativos mobile é uma tarefa essencial de todo o time de desenvolvimento? Então o Venturus pode ser o lugar certo para você fazer a diferença nesse universo. Inscreva-se para receber nossos alertas de vagas!